sexta-feira, 26 de março de 2010

Esquentando tudo em Timóteo...

Calorosa... Assim foi a estréia da 'Viagem de Clara' esse ano. Não só pela vibração do público, que mais uma vez nos prestigiou e acolheu com carinho, mas porque estávamos (foi no último dia 21/03, domingo) em Timóteo - município dessa terra bonita e quente (muito quente!) que é o Vale do Aço.

Depois de pequena escala em jatinho e trem, chegamos (brincadeira, gente! (confiram as fotos)) e lá encontramos um pequeno, mas moderno teatro, na sede da Fundação ArcelorMittal Acesita.

Aliás, agradecemos à Fundação pela oportunidade, bem como ao Fernando Bustamente, que produziu essa nossa apresentação.
Obrigado!

Eis o nosso jatinho...

Entenderam o porque do avião?

A charmosa locomotiva é artigo de decoração na sede da Fundação

Sede da Fundação ArcelorMittal Acesita, em Timóteo.



Quem sabe, em breve, um bis?...


Extra
Re)Estréia é sempre motivo de alegria, de excitação, de emoção à flor da pele... E, desta vez, também não deixou de ser. Como podem testemunhar, Matheus e Léo ensinam que preconceito é bobagem e dão lições de massagem e de como montar uma "banda básica" para o seu grupo de Teatro...

(VÍDEO SERÁ POSTADO EM BREFE; É SÓ AGUARDAR)

terça-feira, 23 de março de 2010

MANIFESTO CONTRA A GESTÃO AUTORITÁRIA NA CULTURA DE BELO HORIZONTE

No próximo dia 27 de março deveríamos comemorar o dia internacional do teatro, mas neste ano a data não é merecedora de celebração festiva. Afirmamos isso com total certeza frente ao momento crítico no âmbito da gestão pública da cultura que vive a capital mineira.

Após acompanharmos a extinção espúria e na “calada da noite” da Secretaria Municipal de Cultura em 2004, vimos surgir uma Fundação Cultural inóspita, inoperante e, mais recentemente, com uma administração autoritária. O esvaziamento conceitual e a irresponsabilidade política dessa gestão chegaram a tal ponto que programas estruturantes e bem sucedidos como o Arena da Cultura e o BH Cidadania foram repentinamente suspensos. Quando imaginávamos que a situação não poderia ser pior, fomos afrontados com uma súbita mudança no orçamento da Lei Municipal de 2009 e o conseqüente atraso na divulgação de seu resultado. Não obstante tudo isso, o resultado divulgado é incoerente com a regulamentação da lei: o Fundo Municipal não recebeu os sessenta por cento de recursos garantidos pelo edital. Continuando a seqüência de leviandades, recebemos o comunicado do cancelamento da 10ª edição do Festival Internacional de Teatro a cinco meses de sua realização, acompanhado de justificativas inconsistentes e que desconsideram a importância do evento já garantido por lei. O mesmo despotismo que levou o prefeito Márcio Lacerda a proibir manifestações artísticas na Praça da Estação se reflete na atual administração da Fundação de Cultura.

O desrespeito com os artistas e trabalhadores da Cultura da cidade, sem a menor preocupação com a repercussão que tais fatos podem ter no trabalho e na sustentabilidade desse segmento, é recorrente nesta gestão. Não há mais como ficarmos calados e imóveis! Convocamos todos aqueles envolvidos com a Cultura da capital mineira, sejam profissionais da área ou cidadãos conscientes, que distribuam esse manifesto pelo país. Por outro lado, nós, abaixo assinados, exigimos que a Presidente da Fundação Municipal de Cultura, Sra. Thaís Pimentel, receba representantes de nossa categoria para um debate franco, democrático e transparente, que estabeleça novos paradigmas para a política cultural do município.




Propomos uma manifestação no dia 27 de março, a fim de denunciar todo o descaso com a cultura, exigir a realização do FIT-BH, melhores condições de trabalho para os artistas e de acesso para a população. Contra toda forma de mercantilização da cultura

DIA DA MANIFESTAÇÃO
DIA 27 DE MARÇO (SABADO)

● CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DA ESTAÇÃO A PARTIR DAS 13H00MIM
● PASSEATA ATÉ A PREFEITURA MUNICIPALDE BELO HORIZONTE – SAIDA AS 15H00MIM..

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais sobre o cancelamento do FIT




*Reportagem de Silvia Dalben publicada em 19/03 no site UAI:

Após o anúncio do cancelamento da 10ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco & Rua (FIT), muitos artistas se reuniram esta sexta-feira na frente do prédio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), localizado no bairro Floresta, e inclusive impediram, por alguns momentos, a circulação de veículos na avenida Assis Chateaubriant, logo após o Viaduto Santa Tereza. Em reunião com Thaís Pimentel, presidente da FMC, e Carlos Rocha, coordenador do FIT, sete representantes da manifestação, entre eles o vereador Arnaldo Godoy e Rômulo Duque, presidente do Sinparc (Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais), entregaram uma proposta para a realização de um festival "enxuto" em 2010, privilegiando espetáculos nacionais, já que alegou-se falta de montagens internacionais suficientes para compor a programação.

Carlos Rocha e Thaís Pimentel se comprometeram a avaliar e dar uma resposta em breve. Na reunião e também numa coletiva com a imprensa, Rocha esclareceu melhor os motivos que levaram o cancelamento da 10ª edição do FIT e o adiamento para 2011. Vale ressaltar ainda que ele não foi "formalmente convidado" a estar na coletiva desta quinta-feira, quando foi feito o anúncio oficial por Thaís Pimentel.

Ele afirma que mudar o festival para anos ímpares era uma reinvidicação da curadoria desde o início do festival, em 1994, pela dificuldade de arrumar patrocínio em anos com eventos como a Copa do Mundo e as eleições. "O festival acontece em agosto, mas a captação começa em fevereiro, quando as empresas estão investindo em futebol, e não em cultura. Todo o marketing nesse período está direcionado para a Copa. Todas as vezes que realizamos o festival em ano de Copa do Mundo, tivemos o dobro ou o triplo de dificuldade de captação."

As eleições também dificultam a realização do festival por conta da Lei Eleitoral e da dificuldade de fechar patrocínio com empresas públicas, que ficam proibidas de exporem suas marcas durante o período. "Por exemplo, um grande patrocinador do FIT, fora a Prefeitura, é a Petrobras. Todo ano, é um trabalho imenso de convencimento. Temos que mandar pareceres e mais pareceres para definir como será a exposição da marca, principalmente quando coincide com eleições nacionais."

Sobre a dificuldade para compor a agenda de espetáculos internacionais, ele levanta o problema de agenda das companhias e de logística. Realizar o FIT em agosto - e não junho, como nos outros anos, por conta da Copa - esbarra na alta temporada de espetáculos no verão europeu. Ele citou ainda o alto custo das passagens.



Mas o fator determinante para o cancelamento da 10ª edição do FIT foi o atraso para o início da pré-produção, por conta de indefinições da equipe da FMC no início da gestão do prefeito Márcio Lacerda, e atraso no fechamento do contrato de parceria com alguma instituição cultural da cidade, que posteriormente foi assinado com a APPA (Associação Pró-Cultura Palácio das Artes), o que ainda acarretou no atraso para o pagamento do salário de profissionais envolvidos na organização do festival.

"2009 foi um ano extremamente atípico de pré-produção. Os anos anteriores a realização do festival são fundamentais, principalmente para a curadoria. E a gente teve uma somatória de problemas como a mudança de administração da cidade, o tempo que precisamos para a definição do parceiro e o tempo necessário para a formatação do convênio de pré-produção", explica Carlão. "Em resumo, todos estes procedimentos acarretaram em uma coisa fatal para o festival que, traduzindo, significa: a primeira viagem de curadoria do festival se deu exatamento no dia 27 de julho de 2009.Começamos o jogo perdendo sete meses em doze que teríamos."

Carlão não é a favor da proposta de realização de um "fitinho", por achar a 10ª edição muito representativa para a história do festival. Ele diz estar aberto ao diálogo mas, se for decidido pela realização do festival ainda este ano, não pretende coordená-lo. E, sendo realizado em 2011, será a última edição com sua coordenadoria. Ele também afirmou que a seletiva para espetáculos segue normalmente até o dia 28 de março, e será válida para as novas datas do festival entre junho e julho do ano que vem.