segunda-feira, 1 de março de 2010

Criação Coletiva

O que é?

Processo em que um espetáculo “não é assinado por uma só pessoa (dramaturgo ou encenador), mas elaborado pelo grupo envolvido na atividade teatral. Com freqüência, o texto foi fixado após as improvisações durante os ensaios, com cada participante propondo modificações. O trabalho dramatúrgico segue a evolução das sessões de trabalho; ele intervém na concepção do conjunto por uma serie de ‘tentativas e erros’”.

É assim que Patrice Pavis, autor do livro Dicionário de Teatro, descreve o método artístico da Criação Coletiva. Esse método, surgido na década de 70 - está ligado – segundo Pavis, “a um clima sociológico que estimula a criatividade do indivíduo em grupo, a fim de vencer a ‘tirania’ do autor e do encenador que tendem a concentrar todos os poderes e a tomar todas as decisões estéticas e ideológicas.”




Cenas do processo de ensaios ainda bem no início.

Como nós fazemos?

A Confesso! Cia. de Teatro acredita no método da Criação Coletiva desde bem antes de vir a ser uma companhia... Ainda quando éramos apenas um grupo de alunos da UFMG querendo ‘brincar’ de fazer teatro.

E escolhemos esse método para praticar porque acreditamos que, coletivamente, sempre produziremos um resultado melhor. Somos todos atores bastante propositivos, que pensam além de suas funções designadas e querem compreender o espetáculo como um todo. Sendo assim, não caberia para nós qualquer outro método que na a criação coletiva.



Mais imagens do início de tudo.

Na “A Viagem de Clara”, a partir de um esboço de roteiro desenvolvido pelo diretor André Ferraz (sim, nós trabalhamos com o um diretor definido, no espetáculo), começamos a improvisar a narrativa criando e trocando de personagens, alterando cenas já pensadas, inclusive bolando juntos como seria o final da peça (!). Atores viraram também dramaturgos, maquiadores, figurinistas, compositores e tudo mais que permeia o fazer teatral – com o tempo, é verdade que cada um foi se identificando mais com determinadas atividades, mas, durante o processo, principalmente no início, compartilhamos tudo, inclusive funções.

O resultado: cada um se sente igualmente dono da peça. Todos somos responsáveis pelos pedacinhos daquela história. Tudo é feito e cuidado com um enorme carinho, pois aquele espetáculo é meu também...